segunda-feira, 8 de agosto de 2011


Pe. Antonio Luiz do Nascimento












CENTENÁRIO DA DIOCESE DE CAJAZEIRAS

1914/15 – 2014/15


















Cajazeiras – 2011
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................... 4

1 – A DIOCESE DE CAJAZEIRAS: DOS ANTECEDESNTES
HISTÓRICOS AOS NOSSOS DIAS ......................................... 6
1.1 – Bandeirantes e pioneiros .................................... 6
1.2 – Criação da Diocese de Cajazeiras ..................... 9

2 – CAMINHOS DE FÉ NOS MEANDROS DA HISTÓRIA ............ 10
2.1 – Nas asas da história ........................................... 10
2.2 – Nas asas da religião ........................................... 11

3 – DE DOM MOISÉS COELHO A DOM JOSÉ GONZÁLEZ ........ 13
3.1 – Primeiro Bispo: Dom Moisés Sizenando Coelho
(1915 - 1932) ...................................................... 13

3.2 – Segundo Bispo: Dom João da Mata Andrade
e Amaral (1934 1941) ......................................... 15
3.3 – Terceiro Bispo: Dom Henrique Gelain
(1945 - 1948)........................................................ 16
3.4 – Quarto Bispo: Dom Luis do Amaral Mousinho
(1948 - 1952) ...................................................... 17

3.5 – Quinto Bispo: Dom Zacarias Rolim de Mora
(1953 - 1990) ....................................................... 18

3.6 – Sexto Bispo: Dom Matias Patrício de Macedo
(1990 - 2000) ....................................................... 20

3.7 – Sétimo Bispo: Dom José González Alonso
(2001 - ....) …………………………………………. 22

4. CONCLUSÃO .................................................................. 25
5. BIBLIOGRAFIA ......................................................................... 26





















Este trabalho foi apresentado aos participantes do en-contro zonal de Catolé do Rocha, no dia 07 de junho de 2011, a pedido de Pe. Rossivan Lopes da Costa.

CONTEUDO DA MATERIA DOS 100 DA DIOCESE DE CAJAZEIRAS PB ESCRITA POR PADRE ANTONIO LUIZ DESTAQUE NA REVISTA CAJAZEIRAS 148 ANOS

INTRODUÇÃO




Aqui vão estas anotações em vista da celebração do Centenário da Diocese de Cajazeiras. Uma visão panorâmica da caminhada histórica e religiosa da porção do povo de Deus, nestes sertões.
Esta contribuição não pretende ser um trabalho de his-tória com feição acadêmica. Falta-lhe muito para tanto...
Trata-se de uma abordagem inspirada na história dos cem anos de fundação e instalação da Diocese de Cajazeiras. Quem sabe se não incentivará uma verdadeira e própria pesquisa sobre o assunto?
História e religião, nem sempre concordes, vão definindo a trajetória de um povo (indígenas, negros, portugueses e ou-tros), que avança, desfraldando a bandeira da ciência e da fé.
A saga do Padre Rolim nestes rincões paraibanos pre-parou, sem dúvida, o terreno para a semeadura do desenvol-vimento, que propiciou a criação da Diocese que, em breve, fará cem anos.
Ele, o Padre Mestre, congnominado “o sábio do Norte“, “civilizador paraibano”, “Educador de Cajazeiras” ─ misto de sábio e de santo ─ foi pioneiro, entre tantos outros, ao fundar a Escolinha da Serraria (1829) e a Escola de Cajazeiras (1836), que se transformaram no Colégio, já no ano de 1843.
Em 1915, Dom Moisés Coelho assumiu, como seu pri-meiro bispo, a Diocese de Cajazeiras. Em cem anos, sete bispos, sucessores dos Apóstolos, com dezenas de sacerdo-tes, religiosos, religiosas, agentes de pastoral, foram as tes-temunhas privilegiadas do Evangelho, aqui anunciado.























1 – A DIOCESE DE CAJAZEIRAS: DOS ANTECEDENTES HISTÓRICOS AOS NOSSOS DIAS

1.1 – BANDEIRANTES E PIONEIROS

 No período colonial, foram organizadas expedições (por autoridades ou particulares) que partiram geralmente do litoral para o interior, com o fim de explorá-lo, capturar indÍ-genas destinados à escravidão ou procurar minas. (─ Entra-das...) Por sua vez, havia expedições armadas que, em geral, partiam de São Vicente (depois de São Paulo), desbravavam os sertões, dos fins do século XVI a começos do século XVIII, a fim de aprisionar o gentio ou descobrir minas. (─ Bandei-ras...)
 Esses pioneiros e outros tantos povoadores dos ser-tões do nordeste foram aqui chegando e implantado a “civili-zação” cristã.

 A título de informação, os historiadores concordam ao afirmar que o rio São Francisco foi o grande caminho da civilização brasileira. Das suas cabeceiras partiram bandeiras, e é daí que se expande “o impulso das minas”. Do seu curso médio e inferior se propaga “o impulso da criação”. A procura de minas e a criação de gado foram os dois maiores fatores do povoamento. “Foram bandeirantes baianos os que primeiro se fixaram nos sertões do Nordeste com suas famílias e seus gados” (cf. PIRES, p. 21-22). Já em 1670 chegou a Cabaceiras o baiano Antonio de Oliveira. Com ele vieram sacerdotes da Companhia de Jesus (Jesuítas) para a coloni-zação dos índios (cf. id., p. 29).

 Piancó, diz Pe. Heliodoro Pires, é o ponto terminal de três entradas: dos descendentes de Garcia d’Ávila e Francisco d’Ávila, de Domingos Jorge velho (fundador de Pianco) e de Teodósio de Oliveira Ledo (cf. p. 31).

 “Data de 1687 o começo do povoamento de Pombal. Teodósio de Oliveira Ledo dá combate aos índios Pegas e os trata cruelmente. Desde 1689 Teodósio é o Capitão-mor de Piancó e Piranhas”, diz Pe. Heliodósio Pires, e continua: “Funda-se aí uma aldeia em 1719; o núcleo colonial é atacado por numeroso grupo de selvagens. O desespero levou os sitiados a fazer um voto a Nossa Senhora do Bom Sucesso. A crença deu-lhes forças e os índios foram repelidos com grandes perdas. (...) Em 1723 estava fundada a aldeia dos Icós, base da atual cidade de Sousa. É neste ano que Fran-cisco de Oliveira Ledo, filho de Teodósio de Oliveira, sucede seu pai como capitão-mor de Piranhas e Piancó. Francisco continua a linha que seu pai deixara em Piancó e Pombal. (...) Conforme Coriolano de Medeiros, em 1741 após viagens feitas à Bahia, Bento Freire de Sousa obtém da Casa da Torre o patrimônio para a capela de Nossa Senhora dos Remédios” (PIRES, cf. p. 41-43).

 Na primeira página da história de Cajazeiras deve constar a figura de Luiz Gomes de Albuquerque, “membro da célebre família dos Albuquerque de Pernambuco. (...) Foi na propriedade ou nos terrenos do Pernambucano Luís Gomes de Albuquerque que se formou Cajazeiras” (PIRES, p. 49-50).

 Do casamento de Luís Gomes de Albuquerque e Luisa Maria do Espírito Santo nasceu Ana Francisca de Albu-querque (“Mãe Aninha”), que, por sua vez, casou-se com Vital de Sousa Rolim, pai do Padre Mestre Inácio de Sousa Rolim, fundador do Colégio que está na origem da cidade de Cajazeiras, sede da Diocese do mesmo nome.

 No início do século XIX, a “Escolinha da Serraria” (1829), e, depois, a “Escola de Cajazeiras” (1836) se trans-formaram no Colégio (1843) que foi destaque, para além dos limites provincial e regional...

 O “Colégio Diocesano Padre Rolim”, remanescente da “Escola de Cajazeiras”, é hoje o “espaço cultural” onde es-tá instalada, e em pleno funcionamento, a Faculdade de Filo-sofia, Ciências e Letras de Cajazeiras – FAFIC...
1.2 – CRIAÇÃO DA DIOCESE DE CAJAZEIRAS

 No dia 06 de janeiro de 1914, pela Bula Majus catholicae religionis incrementum, o Papa Pio X (hoje São Pio X, padro-eiro secundário da Diocese) criou a Diocese de Cajazeiras. O documento pontifício começa reconhecendo “um crescimento acentuado da religião católica” que, “ainda há poucos anos e-xigira que a vastíssima Diocese da Paraíba, no Brasil, fosse dividida e dela surgisse a Diocese de Natal”. Tal crescimento tornava necessária uma nova divisão do território da mesma Diocese da Paraíba, para que nele surgisse uma “nova cir-cunscrição eclesiástica na região brasileira, desmembrada do atual território da Diocese da Paraíba (...), a Diocese, inde-pendente e distinta de Cajazeiras, e a declaramos perpetua-mente erigida”.

 A Bula diz ainda: “Aproveitando a ocasião (...), sub-traímos à autoridade metropolitana da Arquidiocese de Olin-da a referida sede da Paraíba. Consequentemente, a ele-vamos ao grau mais elevado e dignidade perpétua da Igreja Metropolitana”. (O até então Bispo da Paraíba, Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, foi elevado a Arcebispo. A Diocese de Natal, antes pertencente à província eclesiástica de Olinda, passou a pertencer à província da Paraíba, jun-tamente com a Diocese de Cajazeiras.)
2. CAMINHOS DA FÉ NOS MEANDROS DA HISTÓRIA

2.1 – NAS ASAS DA HISTÓRIA

 Na época do descobrimento, o território brasileiro pertencia eclesiasticamente à Ordem de Cristo. (Com a extin-ção da Ordem dos Templários, em 1312, por ordem do Papa João XXII, foi fundada a Ordem Militar de Cristo, que se fixou em Tomar, “mais concretamente no seu castelo”. Assim, To-mar viria a ser o centro originador e principal sustentador da “epopeia do descobrimento”. O Infante Dom Henrique, nome-ado pelo Papa como regedor da Ordem de Cristo, viria a ins-talar-se no castelo de Tomar.) O Papa Sisto IV, no dia 21 de dezembro de 1481, concedia à Ordem de Cristo o cuidado espiritual das terras de ultra-mar “descobertas ou por desco-brir”. Essa jurisdição espiritual era exercida pelo vigário de Tomar e prior do seu convento, com poderes episcopais, até 12 de julho de 1514, quando o Papa Leão X criou a Diocese de Funchal, na Madeira, e extinguiu a “vigaria” de Tomar. As-sim, o Brasil ficou “sujeito à jurisdição do Bispado de Funchal”, que o Papa Paulo III elevou a Arcebispado, no dia 08 de julho de 1539 (cf. ANUÁRIO, A Diocese...).
 No dia 15 de março de 1550, Júlio III criou o Bispado de S. Salvador da Bahia. Foi no reinado de D. João III.

 Pela Bula de 05 de julho de 1614, o Papa Paulo V desmembrou do Bispado da Bahia os territórios da capitania de Itamaracá, Paraíba e Maranhão para o Norte e para o Sul até o rio São Francisco, criando a Prelazia de Pernambuco.

 No dia 16 de novembro de 1676, Inocêncio XI elevou a Prelazia de Pernambuco a Bispado, sob o nome de Diocese de Olinda, “abrangendo os territórios dos atuais Estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Alagoas e parte dos Estados do Piauí, Bahia, Goiás, e Minas Gerais”.
 No dia 27 de abril de 1892, o Papa Leão XIII, pela Bula Ad universas orbis ecclesias, erigiu a Diocese da Paraí-ba, cujo território pertencia à Diocese de Olinda. A nova Dio-cese compreendia os territórios dos Estados da Paraíba e Rio Grande DO Norte.

 Pela Bula Majus catholicae religionis incrementum, o Papa Pio X criou a Diocese de Cajazeiras e, pelo mesmo do-cumento, elevou a Diocese da Paraíba a Arquidiocese... (cf. ANUÁRIO, A Diocese...).

2.2 – NAS ASAS DA RELIGIÃO

 Organizado o território da Diocese de Cajazeiras, Pio X (hoje São Pio X), que faleceu no dia 20 de agosto de 1914, amargurado pelo “deflagrar” da Primeira Grande Guerra Mundial. Bento XV, seu sucessor, pelas Letras apostólicas de 16 de novembro de 1914, nomeou Dom Moisés Coelho, Bispo da nova Diocese.

 Dom Moisés, “sacerdote modesto, culto e virtuoso, foi escolhido para o episcopado, quando exercia as funções de Diretor Espiritual do Seminário Arquiepiscopal da Paraíba” (SOUZA, p. 106).

 Depois de sagrado bispo na Matriz-Catedral de Nos-sa Senhora das Neves, na capital do Estado, Dom Moisés fez uma longa viagem – de navio, de trem e a cavalo – de Cabe-delo a Fortaleza, de Fortaleza a Iguatu, de Iguatu a Cajazei-ras, respectivamente –, chegando a Cajazeiras no dia 28 de junho de 1915; “na hora do crepúsculo”, segundo o Cronista Antonio José de Souza. Na manhã do dia seguinte, 29 de ju-nho, às 10 horas, na Matriz-Catedral, Dom Moisés Coelho “tomou posse do Governo da Diocese sob as bênçãos de Deus”. A fonte dessas informações sobre Dom Moisés e os bispos que vieram depois dele até Dom Zacarias, é o profes-sor Antonio de Souza, segundo ele mesmo escreve, a “... tes-temunha de vista que assistiu pessoalmente as imponentes solenidades de posse do 1º Bispo de Cajazeiras” (p. 105).

3 – DE DOM MOISÉS COELHO A DOM JOSÉ GONZÁLEZ

 Quando foi criada, a Diocese de Cajazeiras, diz o documento de criação, “O limite entre as duas Dioceses será demarcado pela separação das águas entre as paróquias de Santa Luzia de Sabugy e de Soledade, que alcançam as raí-zes da Serra do Teixeira e daí as divisas da paróquia do Tei-xeira com as demais paróquias de Patos e a de Piancó, nos limites do Estado de Pernambuco”.

3.1 – PRIMEIRO BISPO: DOM MOISÉS SIZENANDO COELHO (1915 ─1932)

 Natural da Paraíba (município de Cajazeiras). Seu lema: Dominus IIluminatio Mea / O Senhor é Minha Luz. Go-vernou a Diocese por 17 anos. “A sua ação se fez sentir com alto relevo no campo da administração espiritual, não deixan-do todavia de cuidar com zelo e carinhoso afeto paternal dos problemas de ordem moral e social, e sobretudo, do problema educacional” (SOUZA, p. 109). “A ação apostólica de D. Moisés, na sede episcopal, foi grande, eficiente e brilhante”, diz o mesmo autor. Apostolado da Oração, Conferência de São Vicente de Paulo, Ordem Terceira de São Francisco e Congregação das Filhas de Maria são associações “já exis-tentes, que receberam um revigoramento extraordinário” (id., p. 109-110).
 Criou e instalou as seguintes associações religiosas para leigos: Congregação Mariana, para moços; Circulo Ope-rário São José, para operários; Mães Cristãs, para as mães de família; União de Moços Católicos para homens e rapazes; e Legionários de São Luiz, para meninos e adolescentes. E o Cronista arremata: “Estas associações transformaram substancialmente a vida social e religiosa de Cajazeiras” (p,110).

 O apostolado de Dom Moisés “não foi menos eficien-te e brilhante” no campo educacional e em outros, como pode ser constatado, a seguir.

• Restaurou o Colégio Diocesano Padre Rolim.
• Criou e instalou a Escola Normal, “cuja direção entregou às Irmãs de Santa Dorotéia”.
• Encampou o jornal semanal O Rio do Peixe, fundado pelo Dr. Ferreira Júnior, que se tornou o “Órgão oficial do Go-verno da Diocese”.
• Fundou a Caixa Rural de Crédito Agrícola.
• Construiu o Prédio Vicentino, “para escolas de letras e ar-tes”.
• Construiu o Palácio Episcopal “e manteve durante 17 anos que esteve à frente do Governo Diocesano um serviço de assistência social aos pobrezinhos da cidade, com distribu-ição de esmolas em víveres e dinheiro, todas as quintas-feiras, na própria residência episcopal”. (Em abril de 1932 foi transferido para a capital do Estado, “como coadjutor do Arcebispo metropolitano da Paraíba” cf. ib.).

3.2 – SEGUNDO BISPO: DOM JOÃO DA MATA ANDRADE
e AMARAL (1934 ─ 1941)

 Natural de Pernambuco. Seu Lema: Pasce Agnos Meos / Apascenta Meus Cordeiros. “Homem extraordinário e sacerdote verdadeiramente apostólico foi D. João da Mata Amaral”. Em 7 anos, a vida religiosa da comunidade cristã re-cebeu novo impulso. “O maior e o mais arrojado feito de D. Mata no setor social e religioso foi a realização do 1º Con-gresso Eucarístico Diocesano. (...) E assim, D. Mata, em 1939, comemorou com toda sua Diocese, a passagem da da-ta das Bodas de Prata, rememorando a criação da Diocese e posse do seu Primeiro Bispo” (SOUZA, p.110 e 111).
 Em segundo lugar, vem a Obra das Vocações Sa-cerdotais. A organização da Ação Católica foi outra iniciativa do 2º Bispo, “tendo D. Mata construído a sua sede própria”
(p.111).
 Era Dom João da Mata “dominado pela ideia do de-senvolvimento”. Na sede episcopal, reconstruiu o Colégio Di-ocesano Padre Rolim, “ficando um edifício imponente, com dois pavimentos, cuja direção foi confiada aos padres salesi-anos”. Reconstruiu o Ginásio Escola Normal Nossa Senhora de Lourdes, “também com dois pavimentos”. Reconstruiu o Prédio Vicentino. Construiu o Hospital Regional de Cajazeiras, depois encampado pelo Estado. Iniciou a construção da nova Catedral “e concluiu o acabamento do Palácio Episcopal”.
 Em outras cidades da Diocese, criou e instalou os
educandários:

• Colégio Diocesano de Patos;
• Colégio Diocesano de Catolé do Rocha;
• Escola Normal Francisca Mendes, em Catolé do Rocha;
• Escola Normal de Itaporanga;
• Escola Normal de Princesa Isabel;
• Escola Normal de Santa Luzia do Sabugi (Souza, p.111 e 112).

3.3 – TERCEIRO BISPO: DOM HENRIQUE GELAIN (1945 ─ 1948)

 Natural do Rio Grande do Sul. Seu lema episcopal: In Corde Regnes Omnium / Reines no Coração de Todos. Por 4 anos esteve à frente da Diocese. “Prosseguiu a construção da Catedral, cuja imponente torre de 52 metros de altura é obra exclusiva de sua administração, deixando o prédio da Catedral em fase de acabamento” (SOUZA, p. 112).
 “A sua obra mais importante foi a criação e instalação da Congregação das Irmãs Missionárias Carmelitas, cuja casa Mãe tem sua sede nesta cidade, com o nome de Monte Carmelo” (ib.). (Segundo Irmã Maria Sineide Almeida Ângelo, Geral da Congregação das Irmãs Missionárias Carmelitas, a Madre Carmelita reúne em torno de si um grupo de cinco jo-vens, em Cajazeiras. Frei Casanova, por sua vez, reúne um grupo de cinco jovens, em Princesa Isabel. Dom João da Mata propõe a união dos dois grupos. Madre Carmelita deixa Cajazeiras e vai para Princesa, reunindo-se ao grupo que lá existia. A fundação aconteceu no dia 25 de março de 1938, no governo de Dom João da Mata. No dia 31 de maio de 1948, Dom Henrique Gelain “Transferiu o noviciado e a sede da Congregação para Cajazeiras, no antigo Prédio São Vicente”.)

3.4 – QUARTO BISPO: DOM LUÍS DO AMARAL MOUSINHO
(1948 ─1952)

 Natural de Pernambuco. Lema episcopal: Consentine Romano Pontifice / Sentir com o Romano Pontífice. “Dotado de uma inteligência privilegiada, era portador de uma sólida cultura. (...) A obra de D. Mousinho foi intensa e eficaz”.

 “Criou e manteve um curso de Pré-Seminário anexo ao Colégio Diocesano de Patos. (...) Conseguiu do então Pre-feito Arsênio Araruna (...), a doação pela Prefeitura de um ter-reno bastante grande, para a construção do Seminário Dio-cesano, cujo Prédio deixou em fase de acabamento” (SOUZA, p. 112).

3.5 – QUINTO BISPO: DOM ZACARIAS ROLIM DE MOURA
(1953 ─1990)


 Natural do Ceará (município de Umari). Escolheu como lema: Veritas et Vita / Verdade e Vida. “Com o fim de dar ampla e eficiente assistência religiosa aos seus diocesa-nos, D. Zacarias tem promovido, tanto na sede da Diocese, como nas paróquias do Bispado, intensa pastoral, realizando visitas pastorais, santas missões, com a celebração das fes-tas religiosas de consolador proveito para a vida espiritual do rebanho que Nosso Senhor lhe confiou”. (ib.).
 Durante o governo episcopal de Dom Zacarias foi criada a Diocese de Patos, com o desmembramento do gran-de território da antiga Diocese de Cajazeiras... Novas paró-quias foram criadas no que restou da antiga Diocese... A se-guir, outras realizações de Dom Zacarias.

• “Terminou a construção do Seminário” e “concluiu a Cate-dral”.

• Instalou em Cajazeiras o “Mosteiro das Freiras Concepcio-nistas” (Irmãs da Imaculada Conceição).

• Instalou 2 (dois) Colégios em Pombal, 2 (dois) em Itapo-ranga e 1 (uma) Escola Normal em Sousa.

• “... tem ampliado consideravelmente o patrimônio da Mitra Diocesana, ao ponto de se notar que a Diocese de Cajazei-ras, que era antes da administração de D. Zacarias, uma Diocese paupérrima, é hoje uma Diocese rica em bens ma-teriais”. Continua o Cronista:

 “E a obra gigantesca do governo Episcopal de D. Zacarias é a instalação da Rádio Alto Piranhas, que será i-naugurada por ocasião das festas cinqüentenárias a 5 de a-gosto próximo, com sede própria”. (Quanto à inauguração da Rádio, só aconteceu no dia 1º de julho de 1966. Na crônica radiofônica de 1° de julho de 1969, assim se expressa o pro-fessor Antonio de Souza, na obra citada, p. 173: “Um aconte-cimento de alta importância para a vida social, econômica e cultural desta cidade, marcou, nos anais de Cajazeiras, na-quele dia 1° de julho de 1966, o aparecimento de uma força nova, movida pela técnica e pela ciência, a qual viria servir para impulsionar a máquina do desenvolvimento e da civiliza-ção desta região dos sertões do Oeste da Paraíba”. (A Rádio Alto Piranhas manteve por algum tempo as “escolas radiofô-nicas”. Agregado à Rádio, funcionou o Cine Apolo XI. (Até aqui, as informações do professor Antônio de Souza sobre a Diocese de Cajazeras, por ocasião do Ciquentenário de sua criação.)

 Já no ano de 1965, veio à luz, assinado por Dom Zacarias, o Estatuto da Fundação de Ensino Superior de Ca-jazeiras – FESC, mantenedora da Faculdade de Filosofia, Ci-ências e Letras de Cajazeiras – FAFIC. A FAFIC foi pioneira na implantação do ensino superior no sertão... Na sua primei-ra fase, a Faculdade funcionou com 6 (seis) Cursos: Filosofia, Letras, História, Geografia, Estudos Sociais e Ciências. Hoje, com 4 (quatro) Cursos: Filosofia, Serviço Social, Ciências Contábeis e Direito, a FAFIC é a legítima continuadora da missão educacional do Padre Mestre Inácio de Sousa Rolim. (Os Cursos oferecidos pela FAFIC ─ menos o de Filosofia ─ foram, oportunamente, encerrados e, ato contínuo, criados pela UFPP, dando vez ao ensino público e gratuito.)

3.6 – SEXTO BISPO: DOM MATIAS PATRÍCIO DE MACE-DO (1990 ─ 2000)

 Natural do Rio Grande do Norte. Seu lema episcopal: Omnes Habeant Vitam / Todos Tenham Vida.
 Característica de Dom Matias foi a caridade pasto-ral... Cuidou das vocações ao ministério presbiteral com cari-nho paternal... Marcou presença constante nas paróquias da Diocese... A cura pastoral dos casais cristãos foi uma de suas preocupações. O Encontro de Casais com Cristo (ECC) rece-beu grande atenção de Dom Matias.

 Conseguiu, junto ao MEC, a reativação do Curso de Filosofia da FAFIC. Como presidente da FESC criou os cur-sos de Ciências Contábeis e de Agronomia, em Pombal, de-pois transferidos para a UFCG, já no governo de Dom José González Alonso.
 Dom Matias idealizou e iniciou a construção do Cen-tro Diocesano de Pastoral, deixando-o em funcionamento.
 Iniciou a construção do Lar Sacerdotal, no espaço da antiga Rádio Alto Piranhas/Cine Apolo XI.
 A realização do 2° Congresso Eucarístico Diocesa-no, em 2000, coroou o pastoreio de Dom Matias, já no apagar das luzes de sua administração episcopal, à frente da Diocese de Cajazeiras.
 Criou e iniciou o Curso de Teologia para agentes de pastoral (leigos e outros). No ano de 2000, foi nomeado Bispo da Diocese de Capina Grande-PB, de onde foi transferido pa-ra Natal-RN, como Arcebispo daquela circunscrição eclesiás-tica.
3.7 – SÉTIMO BISPO: DOM JOSÉ GONZÁLEZ ALONSO
(2001 - …)


 Espanhol de nascimento, seu lema episcopal Fides et Vita / Fé e Vida é a marca e expressão de sua atividade pastoral, no serviço à Igreja que está em Cajazeiras. Sua posse aconteceu no dia 21 de agosto de 2001, festa de São Pio X.

 A pastoral familiar vem sendo conduzida por Dom José com particular dedicação.

 A pastoral litúrgica tem merecido de Dom José es-pecial atenção. Preparou o espaço celebrativo da Catedral (mesa da palavra, altar do sacrifício, fonte batismal, sala da reconciliação, capela do Santíssimo, incentivando a fazerem o mesmo as paróquias que ainda não o tinham feito.

 Concluiu os trabalhos de construção do Lar Sacerdo-tal Dom Zacarias, dotando-o das condições necessárias para bem atender os sacerdotes.

 Ampliou o Centro Diocesano de Pastoral, dando-lhe maior funcionalidade.
 Preparou o espaço para o funcionamento do Curso de Teologia para agentes de pastoral, nos limites da FAFIC e do Centro Diocesano de Pastoral, o que resultou no Instituto Teológico Pastoral – ITEPAS.

 Como presidente da FESC, trouxe para a FAFIC 3 (três) novos Cursos: Serviço Social, Ciências Contábeis e Di-reito. Estes Cursos e o de Filosofia somam 4 (quatro) Cursos, em pleno funcionamento, sob a direção de Pe. Agripino Fer-reira de Assis. (Em fevereiro deste ano de 2011, a FAFIC re-cebeu a visita do MEC, que lhe aplicou a nota máxima.)

 As pastorais sociais são outra preocupação do seu ministério episcopal. No antigo Prédio Vicentino, Dom José preparou e instalou o Centro de Promoção Humana e Social – CEMPROHUSO, com a finalidade de garantir espaço e es-trutura para funcionamento das Pastorais Sociais e outros serviços.
 A informatização dos serviços é um dos objetivos da administração diocesana, em vista de uma comunicação efi-ciente, rápida e transparente.

 Dentro do novenário de anos, rumo ao Centenário da Diocese, em 2014/15, Dom José fez a abertura oficial do tríduo preparatório do grande evento, ponto de apoio e tram-polim para a nova arrancada missionária que desponta no ho-rizonte. Ao apresentar os resultados da 32º Assembléia Dio-cesana de Pastoral, celebrada de 09 a 11 de dezembro de 2010, assim se expressor Dom José: “Assumindo o Tríplice Múnus da Evangelização: Ministério da Palavra, da Liturgia e da Caridade, escolhemos como Prioridade Pastoral no Triênio Rumo ao Centenário a Palavra em 2011, a Liturgia em 2012 e a Caridade em 2013”.
















CONCLUSÃO


Nos últimos cem anos de sua criação e instalação, a Diocese de Cajazeiras fincou as raízes da fé apostólica e marcos de cultura, nestes rincões sertanejos. Passado e futu-ro se dão as mãos, na encruzilhada do presente carregado de esperança e de experiência vivida, fazendo história, na trilha dos bandeirantes e pioneiros.
A obra educacional realizada pelo Padre Rolim, que “repercutia em toda a região sertaneja e em alguns municípios das Províncias do Ceará, Rio Grande do Norte e Per-nambuco”, resultou na fundação do Colégio, em 1843 (cf. LEITÃO, p. 48). O pioneirismo do Padre Mestre Inácio de Sousa Rolim inspirou o surgimento de muitos outros “edu-candários” no território da Diocese, quais farois de ciência e fé.
A Rainha dos Apóstolos, invocada como Nossa Senhora da Piedade, a quem Padre Rolim e Mãe Aninha dedicaram a capela que construíram, onde depois foi edificada a primeira Catedral, abençoe a Diocese de Cajazeiras e a oriente nos caminhos da nova história, anunciando o Evangelho, no se-guimento de Jesus Cristo, que é o mesmo, ontem e hoje, e será sempre o mesmo (cf. Hb 13,8).
BIBLIOGRAFIA


ANUÁRIO Estatístico da Diocese de Cajazeiras (1915-1932).
João Pessoa: A Imprensa.

LEITÃO, Deudedit. O Educador dos Sertões ─ Vida e Obra do Padre Inácio de Sousa Rolim. Teresina: Estado do Piauí, 1991. (Com “introdução” de Sebastião Moreira Duarte.)


PIRES, Heliodoro. Padre Mestre Inácio Rolim ─ Um trecho da colonização do Norte brasileiro e o Padre Inácio Rolim. 2. ed. atual., com introdução e notas de Sebastião Moreira Duarte. Teresina: Estado do Piauí, 1991.


SOUZA, Antonio José de. CAJAZEIRAS nas Crônicas de um Mestre-Escola. João Pessoa: Universitária, UFPB, 1981.



100 anos da DIOCESE DE CAJAZEIRAS PB MATERIA PADRE ANTONIO LUIS

Pe. Antonio Luiz do Nascimento












CENTENÁRIO DA DIOCESE DE CAJAZEIRAS

1914/15 – 2014/15


















Cajazeiras – 2011
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................... 4

1 – A DIOCESE DE CAJAZEIRAS: DOS ANTECEDESNTES
HISTÓRICOS AOS NOSSOS DIAS ......................................... 6
1.1 – Bandeirantes e pioneiros .................................... 6
1.2 – Criação da Diocese de Cajazeiras ..................... 9

2 – CAMINHOS DE FÉ NOS MEANDROS DA HISTÓRIA ............ 10
2.1 – Nas asas da história ........................................... 10
2.2 – Nas asas da religião ........................................... 11

3 – DE DOM MOISÉS COELHO A DOM JOSÉ GONZÁLEZ ........ 13
3.1 – Primeiro Bispo: Dom Moisés Sizenando Coelho
(1915 - 1932) ...................................................... 13

3.2 – Segundo Bispo: Dom João da Mata Andrade
e Amaral (1934 1941) ......................................... 15
3.3 – Terceiro Bispo: Dom Henrique Gelain
(1945 - 1948)........................................................ 16
3.4 – Quarto Bispo: Dom Luis do Amaral Mousinho
(1948 - 1952) ...................................................... 17

3.5 – Quinto Bispo: Dom Zacarias Rolim de Mora
(1953 - 1990) ....................................................... 18

3.6 – Sexto Bispo: Dom Matias Patrício de Macedo
(1990 - 2000) ....................................................... 20

3.7 – Sétimo Bispo: Dom José González Alonso
(2001 - ....) …………………………………………. 22

4. CONCLUSÃO .................................................................. 25
5. BIBLIOGRAFIA ......................................................................... 26





















Este trabalho foi apresentado aos participantes do en-contro zonal de Catolé do Rocha, no dia 07 de junho de 2011, a pedido de Pe. Rossivan Lopes da Costa.